sábado, 19 de dezembro de 2009

Já basta!

Como fazer o que gosta sem peso na consciência?
Estou a procura dessa receita maldita que achei ter visto um dia desses em uma dessas gavetas.
Mas está uma bagunça isso aqui!

Viver com a consciência limpa pra mim é meramente impossível. Parece que devo me sentir culpada em fazer as coisas que me deixam feliz. Sem o ar de depressão, vitimismo ou qualquer outro termo que os psicólogos dão. Não há nada de: "Oh, meu Deus! Tenham pena de mim!". Pelo contrário, não tenham! Não me tratem como frágil ou uma pessoa pela qual devem se sentir responsáveis em decisões particulares dela. Não as culpo, escrevendo claramente, das decisões que tomaram por mim. Sei que por trás há carinho, atenção, amor fraterno, materno, paterno.

Mas queria poder tirar as reticências da minha vida. Sem escrever com duplo sentido para que possa me arrepender depois. Sem a intenção de deixar um espaço para que as pessoas pensem: Se tivesse alguma palavra a mais aqui, poderia mudar completamente o sentido do texto.

Sou dependente, sim, das inseguranças dos outros que faz crescer a minha.
Sou dependente das caras e bocas do povo.
Sou dependente do sim ou não, pode ou não pode.
Sou dependente de opiniões!

Indecisão ---> Arrependimento
C H E G A !

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

"Os fins justificam os meios"?

Profissão: Funcionário público - fiscal
Sozinho em suas ideias. Sozinho em seus atos. Responsável por si mesmo.
Ele é filho de Sango, Deus do raio, justiceiro. Extremamente autoritário, autoconfiante, mas sociável.
Volúvel em suas paixões... porém mantém amizades duradouras.
Cético espiritualmente, crente na salvação do mundo pelo suor do homem.
Tem seus vícios e prazeres. Segue religiosamente suas responsabilidades.
Sim, fiscal. Sim, aceita suborno. Sim, aceita propinas.
Não sente remorso. A cada ato desse, porém, se sente fazendo algo pelo mundo.
Certo ou errado, onde está o limite? Até onde a justiça há de ser feita com as próprias mãos. Aliás, a justiça do outro... Como ele pode julgar estar fazendo o melhor mesmo?
Esclarecendo: Através desse ato ilícito, ele sustenta uma entidade de crianças com deficiência visual e uma casa de asilo, lugares estes que abrigam pessoas esquecidas até pela própria família. Elas precisam. Ele tem a ideia. Ele tem um meio. Ilícito ou não, quem somos nós para julgar? Ele torna mais fácil a vida de uma criança, ele torna mais fácil a vida de um idoso. Coincidência ou não, a criança é filha daquele que oferece a propina. O idoso é pai daquele que suborna.
As pessoas também cometem atos corruptos. Elas rezam. Ele age em prol do outro.

Até onde "os fins justificam os meios"?
É difícil não julgar...

*história fictícia