sábado, 19 de dezembro de 2009

Já basta!

Como fazer o que gosta sem peso na consciência?
Estou a procura dessa receita maldita que achei ter visto um dia desses em uma dessas gavetas.
Mas está uma bagunça isso aqui!

Viver com a consciência limpa pra mim é meramente impossível. Parece que devo me sentir culpada em fazer as coisas que me deixam feliz. Sem o ar de depressão, vitimismo ou qualquer outro termo que os psicólogos dão. Não há nada de: "Oh, meu Deus! Tenham pena de mim!". Pelo contrário, não tenham! Não me tratem como frágil ou uma pessoa pela qual devem se sentir responsáveis em decisões particulares dela. Não as culpo, escrevendo claramente, das decisões que tomaram por mim. Sei que por trás há carinho, atenção, amor fraterno, materno, paterno.

Mas queria poder tirar as reticências da minha vida. Sem escrever com duplo sentido para que possa me arrepender depois. Sem a intenção de deixar um espaço para que as pessoas pensem: Se tivesse alguma palavra a mais aqui, poderia mudar completamente o sentido do texto.

Sou dependente, sim, das inseguranças dos outros que faz crescer a minha.
Sou dependente das caras e bocas do povo.
Sou dependente do sim ou não, pode ou não pode.
Sou dependente de opiniões!

Indecisão ---> Arrependimento
C H E G A !

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

"Os fins justificam os meios"?

Profissão: Funcionário público - fiscal
Sozinho em suas ideias. Sozinho em seus atos. Responsável por si mesmo.
Ele é filho de Sango, Deus do raio, justiceiro. Extremamente autoritário, autoconfiante, mas sociável.
Volúvel em suas paixões... porém mantém amizades duradouras.
Cético espiritualmente, crente na salvação do mundo pelo suor do homem.
Tem seus vícios e prazeres. Segue religiosamente suas responsabilidades.
Sim, fiscal. Sim, aceita suborno. Sim, aceita propinas.
Não sente remorso. A cada ato desse, porém, se sente fazendo algo pelo mundo.
Certo ou errado, onde está o limite? Até onde a justiça há de ser feita com as próprias mãos. Aliás, a justiça do outro... Como ele pode julgar estar fazendo o melhor mesmo?
Esclarecendo: Através desse ato ilícito, ele sustenta uma entidade de crianças com deficiência visual e uma casa de asilo, lugares estes que abrigam pessoas esquecidas até pela própria família. Elas precisam. Ele tem a ideia. Ele tem um meio. Ilícito ou não, quem somos nós para julgar? Ele torna mais fácil a vida de uma criança, ele torna mais fácil a vida de um idoso. Coincidência ou não, a criança é filha daquele que oferece a propina. O idoso é pai daquele que suborna.
As pessoas também cometem atos corruptos. Elas rezam. Ele age em prol do outro.

Até onde "os fins justificam os meios"?
É difícil não julgar...

*história fictícia

sábado, 7 de novembro de 2009

Eles me disseram...

... e a verdade apareceu


Ontem fui surpreendida...

... anteontem...
Há um comando que insisto em não esquecê-lo de deixar no ligado, mesmo que esse fogo se apague quando outro assopra, sorri e vá embora. A minha esperança em apostas continua.
Quero... mesmo sabendo que a realidade dos fatos é outra... a acreditar que nem todos são assim como os demais.

... hoje...
Mas ontem... ah, ontem... minha concepção caiu-se novamente... como sempre vem caindo diante da personalidade das pessoas e o comportamento que achava que tivessem. Como pode? Ainda insisto em procurar nas entrelinhas que havia arrependimento... porque assim como as palavras iam surgindo, minha esperança foi deixando rastros e um bilhete, dizendo que algum dia irá voltar.
O chão está tão frágil... não sei mais se o céu é realmente azul ou meus olhos querem que seja assim.
"Coitada, tão ingênua..."
A ingenuidade não deveria ser a culpada pelos dejetos que a vida adulta está me fazendo conhecer. Até há pouco, concordava com a seguinte fala da minha mãe: "Confiança só se perde uma vez". Sim, mas o meu otimismo acreditava que a confiança estava em cada um, mas a confiança em si passou a estar em todos, num conjunto, o qual quando um cai todos estão sujeitos a cair também.
Já não sei se conhecendo bem os olhos da pessoa poderei assim, prever seus passos. Já previ tantas vezes... 50% de erro... a outra metade ando me preparando para uma possível desilusão.
Tenho medo de que um dia eu possa rasgar o bilhete e viver como a maiora... senão todos...
E podem aplaudir, por enfim, viver essa mediocridade... ou fingir estar vivendo...

Sei que a mente com seu poder de imaginação pode concretizar os desejos mais proibidos com o instinto. Mas onde separar o que está ou não fora do nosso controle? Nem eu sei se posso confiar em mim mesma... Creio que confiar é tolice...

Não quero a maioria.

Não quero estar sozinha.

Quero que as pessoas se valorizem.

A inocência não pode ser culpada.

Não há justificativas para certos atos.




Não quero me desfazer do bilhete.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Agenda telefônica...

Já teve que rever a sua agenda telefônica? Como quando mudamos de celular e.. a parte mais chata de ter que migrar todos os contatos para o novo deve ser feita?

Uma das coisas necessárias que não deveria existir... ao menos para conversar com o nosso histórico...


Enquanto migrava meus contatos, fui passando de número em número... casa... celular... trabalho... hey, ainda tenho o número de fulano!!! Será que apago? Mas nem mantenho mais contato com ele, nem com a turma que nos rodeavam... hmn... Será que um dia precisarei e me descabelarei por ter deletado? Who knows...


E aquele amigo cabeludo? Será que é esse ainda o número? Será que cresce por aí com o mesmo cabelo? Os mesmos gostos musicais? Será que alcançou o seu sonho? Who knows...


Olha, tenho o número daquela pessoa que nem recordava o nome... agora consigo relembrar o momento que nos conhecemos... por que razão tenho esse número? Tenho e nunca disquei... O que teria acontecido se tivesse ao menos mandado um torpedo?! Who knows...


Hmn... lembrar do porquê de ter o celular da minha prima, me dói o coração... na hora, por diversão... mas sei que no fundo, a falta da mãe respondia pelas forçadas tentativas de que estava tudo bem... Por ser criança, achava que não ligaria, mas em um churrasco com a música alta, lembro-me do celular vibrando em meio aos risos das minhas amigas. De repente, do outro lado ouço distante aquela voz infantil carente da presença materna perguntando quando eu voltaria para brincarmos juntas... infelizmente sabia que não tão logo... ainda hoje, não voltei... hoje, ouço no inconsciente a mesma ligação, mas com a carência da presença paterna também...


Que estranho! Não tenho aquele número... achava que estava por aqui... por que só senti falta dele agora?! Sinto que estou me afastando... Então, quando converso com ele... é porque sempre ele quem liga... E agora, como poderei ter notícias novamente?


E aquela amiga de planos futuros? Com quem desabafava sobre amores, crises familiares, problemas profissionais...?! Não sei porque ficou esquecido entre tantos nomes... aliás, prefiro não lembrar a razão do esquecimento... Não posso negar que eram tempos bons... mas não eram sinceros da outra parte... a ilusão da confiança mais uma vez desabou sobre as flores... e inocentes e frágeis como são, se desfizeram... e o pior "as flores de plástico não morrem"... elas permanecem... Prefiro acreditar que permanecem no mesmo estágio, enquanto as outras renascem e evoluem, ficando cada vez mais belas.


Ai, e aquele número...?! Nem me recordo como e quando registrei... mas hoje é o número mais lembrado... é a voz que mais quero ouvir... Quantas vezes o celular não me levou para perto de ti, não?!

7 chamadas não atendidas? Claro, só poderia ser deles... os nossos pais... "Onde você está?"

Lembro daquele amigo que salvava o meu número já com 9090 na frente... ai, como adoro chamada a cobrar...


Entre tantas ligações... tantas histórias...

A importância da maioria das pessoas tem uma rotatividade maior do que imaginava... e aquelas repassadas de agenda em agenda... sim, são aquelas que você ainda as leva em sua vida.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Obrigada...

Agradeço desde já todos os caminhos sem saída pelos quais me deparei...
Das desavenças... das frustações... das decepções...
Se não tivesse parado para sentar em uma pedra depois da corrida noturna, a qual buscava entre suor e sangue por algo brilhando entre os arbustos... talvez ainda estivesse correndo...
Tinha a certeza dos céus o brilho que buscava. Mas hoje sei que não me saciaria a sede depois de tanto correr.
E depois de parecer ter percorrido voltas da mesma trajetória, encontrei outro brilho... diferente daquele que buscava... muito mais encantador...
Se não tivesse me perdido, não teria me encontrado por inteira.

Agradeço desde já tudo que tenho e o que está me fazendo ser.
Não correria de outro modo, com outra roupa, com outra música... foi e está sendo surpreendente cada rua que viro, cada subida que aparentemente é impossível de subi-la.
Aliás, ando calculando todos os movimentos, mas cada gesto está sendo deliciosamente melhor que em pensamento.

Agradeço desde já as experiências que andam me acontecendo.
Sem saber o que fazer, espero conseguir de alguma forma retribuir a sua canção.
Não sei se já posso controlar quanto devo permanecer sentada em cada pedra, em cada banco... mas já sinto que posso carregar um peso infinito de cada pedacinho que piso.
Aos poucos vou sentindo meus pés sobre a terra, absorvendo o necessário para a caminhada.

Agradeço desde já pelo bem-estar.
Não acreditava que nossa energia alcançava um raio penetrante e significante às pessoas que nos rodeiam. Hoje, creio.
Mudanças de pensamentos também iluminam. Não adianta ficar se aproveitando da luz alheia... busque pela sua...
Se ilumine!

Namastê

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Renascer...

Renascer do vento, para que não fique preso àqueles sentimentos perturbadores de energia desprezível.

Renascer da terra, para concretizar os sonhos mais secretos.

Renascer do sol, para que dê calor e conforto a quem ama.

Renascer da água, para levar nos rios tudo aquilo que deseja aos outros.

Renascer no dia, aproveitando toda a energia matinal para fazer os outros renascerem também.

Renascer na noite, na beleza das estrelas e na profundidade do céu negro e misterioso.

Renascer da lua, iluminando timidamente com serenatas...

Renascer do doce, felicidade e prazer.

Renascer do amargo, saúde e determinação.

Renascer na chuva... e contemplar o que vem dos céus.

Renascer da música, compreensão e tempero para continuar a jornada.

Renascer da flor, eternizando o perfume, a delicadeza e a raridade das cores.

Renascer do espelho, sendo transformador e impactante.

Renascer do sangue, lembrando da responsabilidade da doação de vida que recebeu para estar aqui... não somos sozinhos... não fomos e não devemos limitar o mundo ao nosso ego. Não estamos aqui de graça, a consciência alfineta a nossa existência... divina? particularmente, acredito que sim. Se não crê em algo maior, então pense na figura-mãe que doou por meses seu próprio sangue... ainda assim acha que não deve retribuir?


Renasça, renove, revitalize, esteja em paz! Faça a paz!

domingo, 6 de setembro de 2009

Será? Talvez...

O que há por trás das cortinas vermelhas? Daquele veludo indecifrável...?

Acredito que há sempre um porquê das coisas acontecerem... ruins ou boas...

Fico fuçando meus pertences e olhando cuidadosamente para a bagunça, mas é sempre difícil encontrá-lo. A ira é inevitável... e entre os meus gigabytes, o arquivo da respiração... leve... profunda... tentando recriar aquela sensação de bem estar... inspiro... expiro... e o formigamento do corpo já é um sinal de relaxamento... e por fim, fico apenas escutando os batimentos cardíacos sincronizados com a respiração.

-Por que não deu certo?

-Porque é para ser assim!

-Ah...

Talvez porque as consequências poderiam ser piores se eu conseguisse chegar a tempo, sem que o relógio voltasse contra mim. E o perfeccionismo agonizante poderia estar me irritando com as supostas falhas.

Talvez não me sentiria confortável naquela festa...

Talvez, pensando pelo lado trágico, escapei...

Talvez devesse agradecer aos faróis vermelhos ao invés de gritar insanamente por dentro.

É... talvez se não tivessem me parado para pedir informação teria pego o ônibus a tempo... mas e aí? o que poderia ter acontecido?

Talvez se não tivesse dormido aqueles "cinco minutinhos", não tivesse esquecido de onde tinha colocado os documentos... depois o guarda-chuva e enfim, a chave... hmn... sim, chegaria a tempo... chegaria?!

Talvez tudo que nos impede em minutos... talvez milésimos, cause implosões nocivas e até imperdoáveis com a nossa própria pessoa, mesmo que fique difícil direcionar a culpa a alguém. Parece uma daquelas forças que não sabemos explicar que me causa em particular até um certo medo de pensar o que seria. E talvez devêssemos respirar aliviados...

O atraso parece ser meu carma...

ou um aviso...

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Seja um amigo também!

Como é bom suspirar gargalhadas em meio às pessoas que fizeram e fazem parte de nossas vidas.

Dizer que aqueles momentos não voltam... sim, muito verdadeiramente hei de concordar.

Mas por que não construir novos e tentar revivê-los aqueles... antigos, empoeirados, mas nunca esquecidos... os amigos?!

Onde eu encontro o caminho de cada um? "A gente vai se ver de novo, né?!"... "vamos sair, hein?!"... "me liga!"... promessas... espero que sejam cumpridas.

Sei que muitas vezes eu mesma acabo por não cumpri-las... entre o entusiasmo dos novos, as saudades dos antigos... eu simplesmente me perco.

Dê o ombro para que chorem, dê um sorriso como apoio, dê risadas gostosas para intensificar o momento, dê ouvidos às vozes preocupadas, dê sua amizade... dê e o mais importante, compartilhe!

Levamos um pouquinho de cada olhar compreendido. E o nosso eu... não podemos negar que talvez 50% ou mais o pertencem a eles. As nossas manias, os vícios, o jeito de falar... não são parecidos com fulano e ciclano que cresceram com você?

Amigos são doses de intensidade do quanto o mundo pode nos proporcionar ao longo de nossas vidas. Foi o jeito que o mundo encontrou de nos abraçar.

O mais importante não é seu amigo tornar-se família, mas a sua família ter aquele ombro amigo.
Porque família é naturalmente constituída... amigos... naturalmente amados...

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Should I stay or should I go?

Tenho medo de dar mais um passo...
O receio de continuar desse lado do rio e de enfrentar o desconhecido.
Às vezes esse que vive em mim mesma...
Ficar entre o conforto da prisão já explorada e o céu que me leva a um lugar que não consigo explicar...
Fico rastejando entre os passos que deveriam ir adiante e enterrando os remorsos...
Perder oportunidades... já perdi as contas...
Já criei vícios com essas fobias... vicíos estes que guardo a sete chaves...
Eu recuo ao som do telefone, à campainha quando estou só, quando muitos me olham, quando tenho que me expor... do futuro... do passado... do presente...
O incômodo dura por milésimos de segundos se as encaro... sendo como a picada de injeção... mas ainda não criei mecanismos de defesa e regredir, mesmo que seja regredir, me deixa mais segura...
Assim, estou imune dos ares que percorrem as ruas lá fora... "o medo é uma força que não me deixa andar"
De tanto medo... fiquei imune a mim mesma...

sábado, 1 de agosto de 2009

domingo, 5 de julho de 2009

Tres feixes de luz:
-contentamento
-questionamento
-oposicao

Fico com o contentamento e com isso sou vista como alguem que ainda os respeitam... uma pessoa passiva, tranquila... que mesmo pensando que posso ficar calada sem absorver nada, sei que estou inconscientemente concordando com tudo, ja que nenhum movimento meu mostra o contrario. E, por osmose, acabo vivendo aquilo como algo meu.

Passo para o questionamento e passo a ser vista como alguem sem crenca, que duvida de tudo, rebelde e agindo no natural da idade... perdida... sem educacao... sem respeito... uma pessoa atormentada com problemas vistos como pelos em ovo... alguem que precisa ser tratada...

Ajo na oposicao sendo vista como uma pessoa metida com sua sabedoria... egocentrica... forte demais e ocupada demais para entender os problemas familiares... no meu mundinho... na minha vidinha....

Nos tres, sem pegadas de gratidao... acho que nao procuro isso... entao, por que isso esta sendo importante agora? Vamos para o pratico! O mecanismo se torna este: Por que se esforcar se nada vale? Entao, nao me esforco... simples, nao?!
Wrong answer! Mas foi um mecanismo involuntario que criei.

Ah, sim... tenho a quarta opcao:
- simplesmente nao se importar...

sábado, 27 de junho de 2009

Afinal, que força é essa?

É perturbador tentar enxergar através de uma lupa a essência de cada um... mas é confortante tentar entender o motivo de cada passo alheio.
A compreensão externa é uma luz para a interna, visivelmente mais complexa, porque na externa podemos colocar hipóteses e se conformar... mas na interna... é... sabemos que não nos tranquilizamos com qualquer hipótese, porque algum sinal de "inverdade" irá apitar e voltaremos à estaca zero por não sabermos ao certo o motivo. Posso até ver nos rastros, que ando caminhando em círculos...
Por isso opto pela visão externa. Crio parâmetros, teorias... até mesmo malucas, mas que para mim fazem algum sentido, até que elas sejam quebradas e crie outras novas.
E de conversa em conversa o motivo de continuar é ainda maior.
Trocando palavras com um amigo, achei a teoria dele um resumo das idéias que compartilhamos:
"Dentro de pessoas fracas há um coração puro e valioso. Infelizmente, nem todos percebem isso, num mundo onde a força é bestamente exigida." - Heider. Não sei bem se foi criação dele, mas se não, a descoberta é equivalência de reconhecimento.
Discordo só na fraqueza das pessoas, creio eu que não são verdadeiramente fracas, porque aprendi por entre conversas que se não cremos ou desconhecemos nosso poder, nada adianta. Então o que lhes falta é descobrir conscientemente que são fortes e que podem, sim, sobreviver ao que o mundo exige.
Ser sensível ( com o "coração puro e valioso") pode ser muitas vezes sofrido, mas é um lado humano que o mundo precisa e que está em extinção. Por isso, abrindo mão desse poder é fechar os olhos ao próximo... passando a ser fortes... aparentemente fortes... E é dessa força que levará a um mundo melhor?!
E na compreensão... continuo a criar minhas teorias...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

"No tempo da maldade...

... acho que a gente nem era nascido"

Dentro de um lugar frio e incolor, nada mais soava como trilha... perdida entre as folhagens secas e mudas...
As luzes eram luzes e nada mais... não brilhavam, nem indicavam um tesouro no final do arco-íris...
Onde deveria estar afinal?
Em passos flutuantes... quase sem sentir o chão, descobri a estrada que deveria percorrer. Uma estrada a qual os únicos espectadores eram as estrelas, que me fizeram descobrir por entre seus olhos algo muito além do cotidiano e dos risos... a sinceridade e a seriedade de ser feliz.
Mesmo com o frio do entardecer, me sentia aquecida, talvez por suas mãos ou pelo simples fato de estarmos sós.
E suplicava ao ponteiro do relógio para que não caminhasse. Sei que era egoísmo demais...
Mas da despedida, ainda sentia seu perfume, um frescor de liberdade em encontro com a afeição.
O respeito e a paciência são os motivos mais gritantes da minha admiração.

Sei agora que não devo pedir ao tempo que pare, mas que continue a trazer mais momentos que me permitam a ser feliz.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

"A espera de viver ao lado teu..."

Não sei se você reparou nas nossas subconversas através de textos de nossa autoria... os pontos se ligam... e é evidente a história que poderíamos construir... poderíamos ou podemos?!
Ainda não sei o que ando esperando... talvez o momento certo... nada forçado... nada decorado... sem hora marcada... apenas o momento... pois sei quem é a pessoa certa.
Não deixei de gostar de você desde aquele dia que te falei no corredor da faculdade... pode parecer em alguns momentos que não... mas é porque estava confusa (tá, confesso! sou confusa!)... talvez por nunca ter passado por isso... nunca ter me apaixonado...
Mesmo com o vendaval que está sendo esse ano, percebi que sou humana, que tenho um coração batendo dentro de mim. Hoje, dou risadas com motivo, choro com mais sentimento, falo com o coração, mas acho que amo com a razão... e sei que atrapalha... sei que é errado pensar quando a palavra é amor...
Você é o meu conforto.. quando não estamos juntos, penso em você... nos seus olhos... nas suas mãos me tocando... em como seria seu beijo... mas quando te encontro fico nervosa e não sei o que fazer... não sei o que falar...
Fico com medo de se nada der certo, eu te perder como amigo também... porque sua amizade já é indispensável...
Tenho vergonha, porque não sei lidar com isso... na frente dos outros, então... fico mais encabulada... mesmo porque é difícil eu conseguir falar sobre meninos pras minhas amigas...
Ai, não sei por onde começar... me dê um manual... me ensine a ser feliz...
Vamos começar aos poucos... porque o meu silêncio se assusta facilmente...
Vamos tentar satisfazer os nossos "eu's" [...] "E aproveitemos esse sopro de felicidade enquanto ele durar e enquanto ainda é tempo, pois o futuro é incerto e o passado é certo demais.". Como sempre digo falar não é o meu forte, queria muito falar tudo isso olhando nos seus olhos... mas não consigo... na certa, iria marcar com você para conversar e na hora esqueceria de tudo... daria um branco e falaria uma ou duas palavras... e depois sairia correndo...
Ai, certeza que ficarei vermelha quando te ver... ou fingirei que nada aconteceu... é que tenho medo de talvez te decepcionar... ou de te machucar...
Me sinto pequena diante de tudo o que você me oferece... eu não consigo retribuir com a mesma beleza... com a mesma poesia...
Se não se incomodar, aceite a minha singela presença...


Não sei o ponto final dessa declaração... porque para mim está apenas começando...

segunda-feira, 15 de junho de 2009

"Eu tenho um sonho"

O sentimento feano, enfim, me acertou com a emoção de gritar pela faculdade, de me arrepiar e fazer explodir o coração... de sentir sangue nas veias e acender o fogo nos olhos.
Em 96 horas, a concentração do time e a paixão de jogar fizeram com que eu também me integrasse àquilo... com que eu também me apaixonasse ao entrar em campo, de vestir a tão pesada camisa e compartilhar com mais 21 jogadoras a expectativa da glória.
E o nome sujo de terra... era inexplicável... era sentir que não poderia estar em outro lugar.
Torcer, chorar, vibrar, secar a garganta... é carregar tudo aquilo que a faculdade representa para mim no coração, é me doar e agradecer o que ela proporciona e o que vem me proporcionando há quase um ano e meio pelas minhas manhãs, tardes e até noites. É dizer obrigado pelas pessoas que encontrei lá, pelos momentos que cada uma me trouxe.
Por instantes, esqueci todos os problemas não resolvidos, todas as lágrimas derramadas, todos os ressentimentos... em troca do brilho no olhar.
Não ganhamos o ouro, mas somos um time... o que é mais precioso para você?!
Além dos conselhos sussurrados pela vida:
Erga sempre a cabeça independente do adversário, você nunca está sozinho. O que importa mais, a sua torcida ou as palavras sujas de um desconhecido?!
Fale na glória, fale na perda, apóie, abrace, mostre que confia, mostre que somos um...
Fique serena sob pressão, que o nervosismo só faz esquecer o que temos de melhor.
Para manter o respeito não precisa alterar a voz é preciso mostrar que se importa com aquilo que faz... é preciso mostrar paixão... e não obrigação...
Ser diferente não significa segregação, mas compreensão.


E pensar que teria desistido de tudo isso...

terça-feira, 9 de junho de 2009

O meu silêncio

Minha garganta já não aguenta esse silêncio... esse desesperado que tenta se libertar por estar recluso há muito tempo...
Não sei por que... aliás... confesso que sei, sim, o porquê de ter essas noites mal-dormidas... mas por algum bloqueio pareço rejeitar as causas.
Falar nunca foi o meu forte... então, o que fazer?
Aceitar que tirem de mim as palavras que tanto pretendem sair das sombras?
Mas para mim parece um tanto forçado... será que a veracidade do tom se perderá com essa postura?
Sempre espero que há um momento certo para tudo. E que se algo me impede de falar é porque não há o que ser dito... mas até onde posso acreditar nisso?

Vivo encorajando aos que me rodeiam para que falem, falem quando sentirem raiva, quando sentirem tristes, quando precisarem de alguém para enxugar suas lágrimas, quando sentirem carinho por alguém, ou mesmo, quando acharem que falar aquilo possa não fazer sentido... digo que nenhuma palavra é em vão e que todas carregam um pouco de nós...

Mas por que não absorvo isso?

Os meus sentimentos que me fazem sentir tão viva lutam constantemente por uma liberdade de expressão... mas lutam com quem, se à primeira vista não há adversários?

A minha razão diz que temo a falta de primor do meu ensaiado discurso... por talvez não obter do outro aquilo que se espera... ou por falar de menos... ou por me perder em minhas próprias palavras...
Temo me sentir culpada por ficar em silêncio...


...acho que já sinto a culpa

sábado, 6 de junho de 2009

De repente, hoje

Já sentiu os efeitos de um terremoto depois do tremor ter passado há um bom tempo? Digo, lento e vagarosamente você foi absorvendo em detalhes, observando o movimento da água, objetos se locomovendo, portas fechando... mas pela morfina da superficialidade, seu consciente estava descansando enquanto todos gritavam silenciosamente pelos estragos e... quando o efeito passou e a hora de acordar foi preciso... seus olhos se abriram como se não pertencessem a você e suas pernas não responderam à dúvida - "Como vim parar aqui?".
E de repente você sentiu o hoje, o agora, tentando se entender com o ontem.
"Por que não acordei antes?"
Não se arrependa... sua opção foi esse sono profundo... e agora sabe que só é possível adiar o sofrimento, pois ele é inevitável... e que senti-lo no tempo certo, sem interferir, é o melhor caminho.

E agora que todos já se recuperaram, com quem compartilhará suas aflições?

terça-feira, 26 de maio de 2009

Tegami

Hey, you!
Sou os seus 19 anos e meio... esperando que o ciclo se acabe para que tudo possa melhorar.
Essas páginas podem estar velhas, com um grafite já a se apagar... mas são partes... partes não menos importantes diante da vivacidade dos seus 18... talvez até mais.
Nessa parada na linha do tempo, a cortina caiu, a verdade foi pisando no palco em passos leves, a multidão foi se reduzindo à família, a maquiagem se borrou e, de repente, tudo fez sentido.


"E agora, José?

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

e agora, José?

e agora, você?

[...]

Carlos Drummmond de Andrade



E como pode se lembrar não foram tempos fáceis.

A verdade apareceu e dançar ficou impossível. Meu papel social foi rasgado e estou sendo obrigada a redigir um outro objetivo. E os agradecimentos também mudaram; você vai se lembrar a quem tudo deve.

Os sapatos ficaram mais apertados, meus pés mais cansados, mas como pode ver, caminhei.

Acho que carrego muita inutilidade na bolsa... por isso, ela pesa...

Sabe, você, a quem confio minhas palavras, choro a despedida daquela garota de 18 anos. E, como conhece bem suas reações, sendo as mesmas aqui, quero fugir... mas sei que o problema sempre andará comigo enquanto não resolvê-lo.


Oi, futuro! Tenha paciência com esses sentimentos, os meus confusos e complicados... sei que deveria sorrir para você, mas a mesma mão que te acena um "oi" também acena um tchau para os eternos 17 anos e para o intenso 18.



"Amadurecer é descobrir que agora você tem algumas verdades e que elas foram descobertas com sua própria vivência."

Letícia Braga



Tenho a certeza e a segurança que já esteja aceitando e encarando as verdades como quem já superou muitas delas aqui, no passado. E que só ele será seu escudo para o medo do que está por vir.

E mesmo se um dia se sentir frágil, não tenha vergonha! Você é tudo aquilo e mais um pouco do que a vida lhe ofereceu.

Os seus 19 anos e meio esperam seu reconhecimento com muita ansiedade (uma característica que sei que nunca mudará. Eterno "eu", isso é a ânsia pelo carpe diem, é a sua essência).



"Keep smiling, keep shining"

Steve Wonder




Boa sorte!

Cante sempre!

Um pouco de arte




domingo, 24 de maio de 2009

Domingo, pé de cachimbo

Fiquei de molho hoje... e, em dois dias, assisti a três filmes!!!! Sim, meu caro, com minhas bolachas H2O e NaCl e patê de soja... E enquanto as saboreava desejava que as tivessem gosto de milho estourado com gordura vegetal...
Pois bem, assisti a Farenheit e Sicko - S.O.S. Saúde, ambos de Michael Moore e o gracioso Marley & Eu (um típico filme para se assistir quando se está de tpm). Os documentários me fizeram fixar os olhos em cada detalhe e ficava preocupada em perder alguma informação para não me afastar da linhagem de pensamentos do cineasta. Com Farenheit, não me impressionei tanto quanto SOS Saúde, pois já havia acompanhado uma outra série do chamado Zeitgeist, com o qual, sim, da primeira vez que o assisti aquilo me perturbou... conspiração atrás de conspiração, me deixou mais confusa... afinal no que devo acreditar? Acreditar faz algum sentido?
E com o SOS Saúde só me veio em mente a idealização antiga que tenho quanto a remédios serem gratuitos pelo menos para aposentados... e um sistema de saúde socializado.
Não sou socialista, nem como criancinhas, podem ficar tranquilos!
Muitos devem me achar louca por me sensibilizar com quem não é do mesmo sangue que eu e por ter uma visão idealizada de como deve ser a vida, de como as pessoas deveriam se relacionar e de como deveriam ser tratadas.

Devemos nos conformar com a questão da idealização ser uma utopia?! Creio que não... acredito que só pensamos assim quando afirmamos para nós mesmos: "Não somos capazes"
E isso é perder a fé! É como estar deitado no sofá e não mudar de canal porque o controle remoto está no armário da tv bem embaixo da revista e apenas se conformar com o fato... é entediante!
Sonhar é tornar a vida mais suculenta e excitante!

Já em relação a Marley & Eu, eu realmente estava subestimando, pero que achei adorável! Pode ser que amanhã nem lembre mais do nome do cãozinho, mas confesso que me fez deixar escorrer algumas lágrimas.. e eu nunca tive um cachorro!
Assisti-lo foi como tomar um analgésico pela dor de cabeça.
Aliás, sabe quanto custa um analgésico nos EUA? E em Cuba? Não subestime a terra de "Lúcifer", que, na verdade, acho que esse jeito carinhoso de chamar cabe mais àquele menino de Texas.

Ok, acho que o Michael Moore fez uma lavagem cerebral em mim!
Perdão, estadunidenses, mas me comovi com o Marley...

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Somos mais que um

As pessoas têm a hora certa para aparecerem em nossas vidas.

Todas as amizades que tivemos, as que conservamos e que ainda vamos conhecer têm o momento reservado.

Mas o que me intriga... me aflige... me faz pensar por horas... e a variacao desse momento... e simplesmente o tempo...

Pessoas incriveis passam tao breve em nossas vidas... e pessoas dificeis insistem em pensar que nao estao incomodando e sempre ficam um pouco mais do que planejamos... e tambem existem aquelas que estao ao nosso lado ha muito tempo, mas que por algum motivo nao vemos como ela se encaixaria perfeitamente num momento breve ou por ora, para sempre, o vulgo forever and never hahahha (nao resisti... memorias de um karaoke).

As pessoas mudam a cada momento... ou o momento que faz mudar as pessoas?

Ou as pessoas sao sempre as mesmas e os fatos vao as despindo, mostrando a essencia delas?

Ou seria tudo junto misturado?

Complicado... somos varias pessoas ate mesmo num mesmo momento. Em mim, confesso que sou tres... mas sempre prevalece o tal do superego... porque as tres brigam tanto e vivem discutindo que acabo por nao fazer nada para agradar todos os meus "eu's".


Adoro falar das pessoas e do tempo (ja devem ter reparado, nao?!)... porque nao existem regras... e talvez por estas puxarem minhas redeas... e por ter a foto da consciencia na minha cabeceira...

Por que tenho asas para sonhos tao impossiveis enquanto sou submissa ao medo diante dos sentimentos?

Ai, ID, por onde andas?


domingo, 10 de maio de 2009

Pai, mãe, filho, filha... até onde essa relação chega? Para mim, essa missão é eterna como minha mãe mesma disse.
Aliás, falar missão nos leva a pensar em obrigação... então, melhor dizendo: é uma bênção!!
Ouvi minha tia falando uma vez: Meu filho casou! Uffa... minha missão acabou
Não é bem assim, não é porque eles vão criando sua independência que o elo entre pais e filhos vai sumindo... pelo contrário, quanto mais amadurecemos, mais somos capazes de entender nossos pais e mais e mais ficamos parecidos com eles, não é mesmo? Não só fisicamente, mas até no modo como ajeitamos os pufes da casa.

Também já ouvi de mães que dizem: Meu filho? Não sei dele... fiz de tudo, mas ele se perdeu na vida...
Como assim de tudo? Essa luta é eterna e conjunta! É bom ter um filho exemplar e exibi-lo aos demais? Mas e quando ele mais precisa de um conforto? Não há justificativa para cessar esse vínculo...
Fazer de tudo é morrer tentando...

Agradeço à minha mãe que aceitou essa luta eterna!!!
Feliz Dia das Mães!

segunda-feira, 27 de abril de 2009

A Arte está em seus olhos

Como você enxerga a multidão em sua frente? Muita gente, sufocante, barulho demais e alguns pisões no pé?!

Eu vejo cores, pensamentos voando na mesma velocidade do vento junto as borboletas, entre listras, cetim e brilho.

Sons particulares se agarrando a notas musicais.

O jogo de luzes começa, o sol a queimar procurando um conforto, até que chegue a lua com sua forma pacífica e sensível acalmando céu e terra, dia e noite...

Um frio, um arrepio, um frescor de um sussurro quase imperceptível de uma canção navegante: V i v a .:.:. mergulhe nesse mar .:.:.

A diversidade de traços me hipnotiza. E o som da vida me faz dançar!

Shall we dance?

quarta-feira, 15 de abril de 2009

O inesperado como um choque

Quando voltei da viagem, nao me sentia por inteira aqui. E era estranho comentar isso pras pessoas, porque ate mesmo as que tambem viajaram voltaram a suas rotinas tao facilmente e tao naturalmente e isso me fazia sentir fora do ambiente. Aquilo tudo que me envolvia ano passado, parecia que nao fazia mais parte de mim e tambem nao fazia mais sentido.
E o que fazia sentido, entao? O que me fazia sentir friozinho na barriga?
Nada... Motivacao quase que zero... E recaidas constantes...
E o mais sufocante era nao saber o que estava acontecendo, porque eu estava despreparada para mudar e meus amigos e pais tambem.
Por que mudar tanto e sentir tao vazia por dentro depois de voltar da perfeita viagem?
Cade a empolgacao? Cade as fotos? Alias, nem comecei a montar meu album... nao sei se seria o medo de "reviver" os momentos e querer que o tempo volte... e saber que o tempo nao vai voltar.
Enfim, a cada passo que dava procurava terra firme, mas o chao nao vinha, nao encontrava um apoio. E ao mesmo tempo, nao conseguia comunicar as pessoas que eu estava caindo. Socorro! Socorro? Mas para que? O que valeria ser salva?
Era cansaco, era o curso? Nao sei... e falar isso me deixava ainda mais impotente.
Seria como se eu estivesse me afogando e nao quisesse ser salva, porque nao entendia o motivo de nadar...
Precisava de um estimulo, de um choque, de um grito, de uma injecao de adrenalina!!!!
E entao recebi um e-mail... um e-mail de uma pessoa muito querida que entao explicou pra mim o que exatamente estava acontecendo. Era o tao "famoso" choque cultural reverso. Que nao morde, mas traz uma tempestade interior. Um conflito entre o "eu" antigo, o "eu" do Japao e o "eu" da volta.
E quem ganha?! Na verdade... nao é bem um conflito, é uma fusao do pouquinho de cada, um mix que trara um novo "eu".
E de novo o tempo vem me mostrar como ele é poderoso...