segunda-feira, 12 de abril de 2010

Vivos em nós

Estou a um fio de pôr a boca no mundo e não me incomodo aos arranhões.
Se você deixar se levar, as pessoas pisam em você, como eu piso ao ver absolutamente nada na minha frente.
Eu sei que sou um pouco rude "às vezes" e não me orgulho disso. Poderia canalizar para outros cantos.
É que em alguns momentos acredito que posso fazer, quando sou um nada. E quando acredito que nada sou, poderia ter feito algo.
Desculpe a minha folga, o meu desalinhar das palavras. Eu cuspo todas as ofensas que me esfregaram na cara. Sinto nojo de mim mesma.
Rasgar a roupa por aí e não emitir sequer um urro. Pode bater. Qual é o seu nome mesmo? Repete, que não ouvi, qual é o seu nome mesmo?
Arregalo os olhos sem medo do feio. O bonito é o que me assusta.
A pedra me bate a nuca e eu nem sinto minhas pernas. Parar?! Parar o quê?

E bem longe eu acordo em pés descalços. Um vestido de cetim.
O que era mesmo? Ah, não esquecer do perfume de rosas.
O andar delicado. O sorriso de lado. Um olhar de filha.
Cantarolando e deixando o corpo levar a alma. Ou a alma o corpo.

Só mais um dos personagens que resolveu aparecer por hoje. Descanse.

domingo, 21 de março de 2010

"Ah, se a juventude dessa brisa canta..."

De repente, me veio a sensação se estou mesmo aproveitando toda a minha juventude.
A juventude de rebeldia, de voz, de corpo, de desejo! Os direitos da juventude de ser eu mesma sem regras, sem passado! Livre de nós, da procura pelo perdão, do "se"! Livre do futuro!

A minha voz deveria, então, ser um pouco mais alta, pedindo pelo que quero?!
O meu olhar deveria, então, ser mais firme, firme no horizonte pelo que procuro?! Sem desvio de olhares?!
O meu toque deveria, então, permitir todas as sensações?! De descobrimento do mundo?!

O que é ser jovem em 2010? É esse ar que quero respirar?
Quero somente descobrir o mundo e assim, descobrir o outro e me desvendar.

Quero que essa vontade de saber das coisas e nunca saber de nada me faça marchar!

Quero descobrir em cada azul, mais azuis. Em cada flor, mais flores. Em cada atitude, mais atitude. Quero descobrir que é preciso continuar nessa procura incessante do saber das coisas, do porquê, de entender aquilo, vivendo-o.

Quero ver na beleza a feiúra, e na feiúra, a beleza. Sim, quero o feio, o bonito, quero ver tudo sem querer ver somente o que quero.

Quero o que quero.

Quero, mesmo sabendo que querer é demais.

Dar um passo a frente e ver o acontece e assim, ir além.

"Chegamos ao mundo sozinhos e deixaremos o mundo, sozinhos." Sozinhos sem sermos solitários.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Um refresco

Ando a ler livros, ver filmes e comparecer a palestras que me façam sentir um pouco mais preto e branco do que a vida me vem mostrando.

A cada final de frase, de cena, de fala... encontro-me em transe... tentando resumir tudo o que colho em objetivos (melhor caracterizados em desafios) para cumprir durante minha trajetória.

E nesse compasso, nem ouse espiar o colega enquanto não firmar o seu destino!

Entendido... com os olhos fechados a bagunça gira em sentido horário e todas as cores se tornam uma. E respirando calmamente, pode-se enxergar toda uma trilha em frente.

" Já sei onde chegar!"

Você crê que virou uma fortaleza com todos os pensamentos organizados... que é uma pessoa decidida!

Então, abra os olhos... Ainda sente seus pés fincados na terra, com o passo decidido em onde ir?

"Não, não sinto... mal consigo sentir minhas pernas... Mas... posso fazê-las sentir a atração da energia rica entre o céu e a terra"

É lindo! Como é lindo! Uma luz púrpura com um brilho cristalino... algo azul também a envolve! Sinto um apoio, cresço! Vejo logo acima! É positivo... é transparente! Sou eu, você! Somos nós! Tudo isso não passa do nosso próprio eu que alcança algo muito maior do que nosso corpo pode comportar.

Somos luz!

~Andréia Hiromi