sábado, 27 de junho de 2009

Afinal, que força é essa?

É perturbador tentar enxergar através de uma lupa a essência de cada um... mas é confortante tentar entender o motivo de cada passo alheio.
A compreensão externa é uma luz para a interna, visivelmente mais complexa, porque na externa podemos colocar hipóteses e se conformar... mas na interna... é... sabemos que não nos tranquilizamos com qualquer hipótese, porque algum sinal de "inverdade" irá apitar e voltaremos à estaca zero por não sabermos ao certo o motivo. Posso até ver nos rastros, que ando caminhando em círculos...
Por isso opto pela visão externa. Crio parâmetros, teorias... até mesmo malucas, mas que para mim fazem algum sentido, até que elas sejam quebradas e crie outras novas.
E de conversa em conversa o motivo de continuar é ainda maior.
Trocando palavras com um amigo, achei a teoria dele um resumo das idéias que compartilhamos:
"Dentro de pessoas fracas há um coração puro e valioso. Infelizmente, nem todos percebem isso, num mundo onde a força é bestamente exigida." - Heider. Não sei bem se foi criação dele, mas se não, a descoberta é equivalência de reconhecimento.
Discordo só na fraqueza das pessoas, creio eu que não são verdadeiramente fracas, porque aprendi por entre conversas que se não cremos ou desconhecemos nosso poder, nada adianta. Então o que lhes falta é descobrir conscientemente que são fortes e que podem, sim, sobreviver ao que o mundo exige.
Ser sensível ( com o "coração puro e valioso") pode ser muitas vezes sofrido, mas é um lado humano que o mundo precisa e que está em extinção. Por isso, abrindo mão desse poder é fechar os olhos ao próximo... passando a ser fortes... aparentemente fortes... E é dessa força que levará a um mundo melhor?!
E na compreensão... continuo a criar minhas teorias...

sexta-feira, 26 de junho de 2009

"No tempo da maldade...

... acho que a gente nem era nascido"

Dentro de um lugar frio e incolor, nada mais soava como trilha... perdida entre as folhagens secas e mudas...
As luzes eram luzes e nada mais... não brilhavam, nem indicavam um tesouro no final do arco-íris...
Onde deveria estar afinal?
Em passos flutuantes... quase sem sentir o chão, descobri a estrada que deveria percorrer. Uma estrada a qual os únicos espectadores eram as estrelas, que me fizeram descobrir por entre seus olhos algo muito além do cotidiano e dos risos... a sinceridade e a seriedade de ser feliz.
Mesmo com o frio do entardecer, me sentia aquecida, talvez por suas mãos ou pelo simples fato de estarmos sós.
E suplicava ao ponteiro do relógio para que não caminhasse. Sei que era egoísmo demais...
Mas da despedida, ainda sentia seu perfume, um frescor de liberdade em encontro com a afeição.
O respeito e a paciência são os motivos mais gritantes da minha admiração.

Sei agora que não devo pedir ao tempo que pare, mas que continue a trazer mais momentos que me permitam a ser feliz.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

"A espera de viver ao lado teu..."

Não sei se você reparou nas nossas subconversas através de textos de nossa autoria... os pontos se ligam... e é evidente a história que poderíamos construir... poderíamos ou podemos?!
Ainda não sei o que ando esperando... talvez o momento certo... nada forçado... nada decorado... sem hora marcada... apenas o momento... pois sei quem é a pessoa certa.
Não deixei de gostar de você desde aquele dia que te falei no corredor da faculdade... pode parecer em alguns momentos que não... mas é porque estava confusa (tá, confesso! sou confusa!)... talvez por nunca ter passado por isso... nunca ter me apaixonado...
Mesmo com o vendaval que está sendo esse ano, percebi que sou humana, que tenho um coração batendo dentro de mim. Hoje, dou risadas com motivo, choro com mais sentimento, falo com o coração, mas acho que amo com a razão... e sei que atrapalha... sei que é errado pensar quando a palavra é amor...
Você é o meu conforto.. quando não estamos juntos, penso em você... nos seus olhos... nas suas mãos me tocando... em como seria seu beijo... mas quando te encontro fico nervosa e não sei o que fazer... não sei o que falar...
Fico com medo de se nada der certo, eu te perder como amigo também... porque sua amizade já é indispensável...
Tenho vergonha, porque não sei lidar com isso... na frente dos outros, então... fico mais encabulada... mesmo porque é difícil eu conseguir falar sobre meninos pras minhas amigas...
Ai, não sei por onde começar... me dê um manual... me ensine a ser feliz...
Vamos começar aos poucos... porque o meu silêncio se assusta facilmente...
Vamos tentar satisfazer os nossos "eu's" [...] "E aproveitemos esse sopro de felicidade enquanto ele durar e enquanto ainda é tempo, pois o futuro é incerto e o passado é certo demais.". Como sempre digo falar não é o meu forte, queria muito falar tudo isso olhando nos seus olhos... mas não consigo... na certa, iria marcar com você para conversar e na hora esqueceria de tudo... daria um branco e falaria uma ou duas palavras... e depois sairia correndo...
Ai, certeza que ficarei vermelha quando te ver... ou fingirei que nada aconteceu... é que tenho medo de talvez te decepcionar... ou de te machucar...
Me sinto pequena diante de tudo o que você me oferece... eu não consigo retribuir com a mesma beleza... com a mesma poesia...
Se não se incomodar, aceite a minha singela presença...


Não sei o ponto final dessa declaração... porque para mim está apenas começando...

segunda-feira, 15 de junho de 2009

"Eu tenho um sonho"

O sentimento feano, enfim, me acertou com a emoção de gritar pela faculdade, de me arrepiar e fazer explodir o coração... de sentir sangue nas veias e acender o fogo nos olhos.
Em 96 horas, a concentração do time e a paixão de jogar fizeram com que eu também me integrasse àquilo... com que eu também me apaixonasse ao entrar em campo, de vestir a tão pesada camisa e compartilhar com mais 21 jogadoras a expectativa da glória.
E o nome sujo de terra... era inexplicável... era sentir que não poderia estar em outro lugar.
Torcer, chorar, vibrar, secar a garganta... é carregar tudo aquilo que a faculdade representa para mim no coração, é me doar e agradecer o que ela proporciona e o que vem me proporcionando há quase um ano e meio pelas minhas manhãs, tardes e até noites. É dizer obrigado pelas pessoas que encontrei lá, pelos momentos que cada uma me trouxe.
Por instantes, esqueci todos os problemas não resolvidos, todas as lágrimas derramadas, todos os ressentimentos... em troca do brilho no olhar.
Não ganhamos o ouro, mas somos um time... o que é mais precioso para você?!
Além dos conselhos sussurrados pela vida:
Erga sempre a cabeça independente do adversário, você nunca está sozinho. O que importa mais, a sua torcida ou as palavras sujas de um desconhecido?!
Fale na glória, fale na perda, apóie, abrace, mostre que confia, mostre que somos um...
Fique serena sob pressão, que o nervosismo só faz esquecer o que temos de melhor.
Para manter o respeito não precisa alterar a voz é preciso mostrar que se importa com aquilo que faz... é preciso mostrar paixão... e não obrigação...
Ser diferente não significa segregação, mas compreensão.


E pensar que teria desistido de tudo isso...

terça-feira, 9 de junho de 2009

O meu silêncio

Minha garganta já não aguenta esse silêncio... esse desesperado que tenta se libertar por estar recluso há muito tempo...
Não sei por que... aliás... confesso que sei, sim, o porquê de ter essas noites mal-dormidas... mas por algum bloqueio pareço rejeitar as causas.
Falar nunca foi o meu forte... então, o que fazer?
Aceitar que tirem de mim as palavras que tanto pretendem sair das sombras?
Mas para mim parece um tanto forçado... será que a veracidade do tom se perderá com essa postura?
Sempre espero que há um momento certo para tudo. E que se algo me impede de falar é porque não há o que ser dito... mas até onde posso acreditar nisso?

Vivo encorajando aos que me rodeiam para que falem, falem quando sentirem raiva, quando sentirem tristes, quando precisarem de alguém para enxugar suas lágrimas, quando sentirem carinho por alguém, ou mesmo, quando acharem que falar aquilo possa não fazer sentido... digo que nenhuma palavra é em vão e que todas carregam um pouco de nós...

Mas por que não absorvo isso?

Os meus sentimentos que me fazem sentir tão viva lutam constantemente por uma liberdade de expressão... mas lutam com quem, se à primeira vista não há adversários?

A minha razão diz que temo a falta de primor do meu ensaiado discurso... por talvez não obter do outro aquilo que se espera... ou por falar de menos... ou por me perder em minhas próprias palavras...
Temo me sentir culpada por ficar em silêncio...


...acho que já sinto a culpa

sábado, 6 de junho de 2009

De repente, hoje

Já sentiu os efeitos de um terremoto depois do tremor ter passado há um bom tempo? Digo, lento e vagarosamente você foi absorvendo em detalhes, observando o movimento da água, objetos se locomovendo, portas fechando... mas pela morfina da superficialidade, seu consciente estava descansando enquanto todos gritavam silenciosamente pelos estragos e... quando o efeito passou e a hora de acordar foi preciso... seus olhos se abriram como se não pertencessem a você e suas pernas não responderam à dúvida - "Como vim parar aqui?".
E de repente você sentiu o hoje, o agora, tentando se entender com o ontem.
"Por que não acordei antes?"
Não se arrependa... sua opção foi esse sono profundo... e agora sabe que só é possível adiar o sofrimento, pois ele é inevitável... e que senti-lo no tempo certo, sem interferir, é o melhor caminho.

E agora que todos já se recuperaram, com quem compartilhará suas aflições?