segunda-feira, 12 de abril de 2010

Vivos em nós

Estou a um fio de pôr a boca no mundo e não me incomodo aos arranhões.
Se você deixar se levar, as pessoas pisam em você, como eu piso ao ver absolutamente nada na minha frente.
Eu sei que sou um pouco rude "às vezes" e não me orgulho disso. Poderia canalizar para outros cantos.
É que em alguns momentos acredito que posso fazer, quando sou um nada. E quando acredito que nada sou, poderia ter feito algo.
Desculpe a minha folga, o meu desalinhar das palavras. Eu cuspo todas as ofensas que me esfregaram na cara. Sinto nojo de mim mesma.
Rasgar a roupa por aí e não emitir sequer um urro. Pode bater. Qual é o seu nome mesmo? Repete, que não ouvi, qual é o seu nome mesmo?
Arregalo os olhos sem medo do feio. O bonito é o que me assusta.
A pedra me bate a nuca e eu nem sinto minhas pernas. Parar?! Parar o quê?

E bem longe eu acordo em pés descalços. Um vestido de cetim.
O que era mesmo? Ah, não esquecer do perfume de rosas.
O andar delicado. O sorriso de lado. Um olhar de filha.
Cantarolando e deixando o corpo levar a alma. Ou a alma o corpo.

Só mais um dos personagens que resolveu aparecer por hoje. Descanse.

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