domingo, 6 de setembro de 2009

Será? Talvez...

O que há por trás das cortinas vermelhas? Daquele veludo indecifrável...?

Acredito que há sempre um porquê das coisas acontecerem... ruins ou boas...

Fico fuçando meus pertences e olhando cuidadosamente para a bagunça, mas é sempre difícil encontrá-lo. A ira é inevitável... e entre os meus gigabytes, o arquivo da respiração... leve... profunda... tentando recriar aquela sensação de bem estar... inspiro... expiro... e o formigamento do corpo já é um sinal de relaxamento... e por fim, fico apenas escutando os batimentos cardíacos sincronizados com a respiração.

-Por que não deu certo?

-Porque é para ser assim!

-Ah...

Talvez porque as consequências poderiam ser piores se eu conseguisse chegar a tempo, sem que o relógio voltasse contra mim. E o perfeccionismo agonizante poderia estar me irritando com as supostas falhas.

Talvez não me sentiria confortável naquela festa...

Talvez, pensando pelo lado trágico, escapei...

Talvez devesse agradecer aos faróis vermelhos ao invés de gritar insanamente por dentro.

É... talvez se não tivessem me parado para pedir informação teria pego o ônibus a tempo... mas e aí? o que poderia ter acontecido?

Talvez se não tivesse dormido aqueles "cinco minutinhos", não tivesse esquecido de onde tinha colocado os documentos... depois o guarda-chuva e enfim, a chave... hmn... sim, chegaria a tempo... chegaria?!

Talvez tudo que nos impede em minutos... talvez milésimos, cause implosões nocivas e até imperdoáveis com a nossa própria pessoa, mesmo que fique difícil direcionar a culpa a alguém. Parece uma daquelas forças que não sabemos explicar que me causa em particular até um certo medo de pensar o que seria. E talvez devêssemos respirar aliviados...

O atraso parece ser meu carma...

ou um aviso...

2 comentários:

Inaudita disse...

Texto poético e profundo...

Gabriel disse...

Se é acaso, quem sabe?
Um atraso pode salvar vidas, mas pode acabar outras. Aquele meio tempo entre os segundos que contamos no relógio e os segundos que contamos na cabeça é que mata.

Estou sempre inferindo causas e consequências de eventuais atrasos. E, sem saber direito o que pensar, quase sempre fico me culpando.
Só espero não te deixar esperando num restaurante algum dia desses! Hahah

Belo texto...
Beijo